Existem na Antárctica umas cataratas de gelo conhecidas como sendo as Cataratas de Sangue (Blood Falls), por emanar água salgada tingida de vermelho que parece sangue.
Nestas cataratas, a Universidade de Harvard e a Nasa (EUA), levaram a cabo um estudo, ora publicado na revista “Science”, onde referem que nesse local existirão microrganismos cuja vida terá começado fora do nosso planeta e que estão bastante adaptados a ambientes inóspitos e com pouco oxigénio.
Os investigadores determinaram que compostos férricos podem contribuir para colorir a água de vermelho, embora não se consiga determinar a sua procedência.
Os investigadores indicaram ainda ter encontrado microrganismos vários, designadamente, uma estranha bactéria num poço de água extremamente salgada. O microrganismo esteve no meio do gelo durante mais de 1,5 milhões de anos, sem acesso à luz ou ao oxigénio.
Durante milhares de anos, os microrganismos estiveram encarcerados sem nutrientes ou qualquer contacto com o mundo exterior.
Os investigadores chegaram à conclusão que os microrganismos conseguiram sobreviver por a água ser rica em ião sulfato (SO42-), constituindo uma fonte de energia para muitas bactérias.
Pelo menos 17 tipos de micróbios diferentes foram encontrados, vivendo sem oxigénio nem luz solar; o que contraria o resto dos seres vivos existentes no nosso planeta.
Alguns cientistas mais ousados, que especulam sobre a origem da colónia de bactérias, alegam que esta pode ter vindo de um meteorito, como o ALH 84001 (Allan Hills 84001), o que remete para a possibilidade de existir vida fora do nosso planeta. Contudo, ainda não existe nenhuma prova concreta sobre a sua proveniência, mas a descoberta obriga a comunidade científica a redefinir quais são as condições necessárias para que a vida floresça e se desenvolva.
Refira-se que há outros lugares no nosso Sistema Solar que albergam condições semelhantes às das Cataratas de Sangue, como Marte ou uma das luas de Júpiter.
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