quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mike, o Frango Sem Cabeça

      Mike foi um frango que viveu entre abril de 1945 e março de 1947, isto é, 18 meses, mas atenção ao pormenor: após ter sido decapitado.

      O criador de frangos Lloyd Olsen, de Fruita, Colorado (EUA), teria tentado decapitar um frango para um jantar com sua sogra, que o visitava, tendo apanhado este frango que viria a chamar Mike, com cerca de 5 meses e que não decapitou completamente.
      Não sabendo o que fazer com a cabeça, Olsen, na primeira noite após a decapitação, deixou que Mike dormisse com ela sob a sua asa.
      Mike, agora sem cabeça, podia ainda se balançar no poleiro e andar desajeitadamente. Uma vez que a ave se mantinha viva, Olsen decidiu continuar a cuidar de Mike, alimentando-o com uma mistura de leite e água usando um conta gotas, foi alimentado também com pequenos grãos de milho. Ocasionalmente Mike ficava afogado em seu próprio muco, que a família Olsen removia usando uma seringa.
      Quando se habituou ao seu novo e incomum centro de massa, Mike passou facilmente a alcançar os poleiros mais elevados sem cair. O seu cantar, entretanto, consistia em um som gorgolejante feito em sua garganta.
      O facto de não ter cabeça não impediu Mike de ganhar peso; quando perdeu a sua cabeça, tinha pouco mais de um quilograma de peso, e quando morreu, já pesava três quilogramas.
      Por suspeitas de ser apenas um boato, o proprietário solicitou que a Universidade de Utah, na cidade de Salt Lake, o examinasse, confirmando a autenticidade de Mike.
      Uma vez que fama do frango tinha sido estabelecida, Mike começou uma série de excursões e espetáculos na companhia de outras criaturas como uma vitela de duas cabeças. Foi também fotografado para vários jornais e revistas.
      Como era de esperar, Olsen foi criticado pelos, então equivalentes a ativistas dos direitos dos animais, que diziam que deveria ser terminado o trabalho que tinha começado.
      Mike estava em exposição ao público por um custo de vinte e cinco centavos de dólar, e no auge de sua popularidade chegou a ganhar 4500 dólares por mês. Uma cabeça cortada era também exposta com Mike, mas esta não era a cabeça original.
      Em março de 1947, num motel em Phoenix, quando voltava para casa de uma excursão, Mike começou a sufocar a meio da noite. Olsen tinha deixado as seringas de alimentação e de limpeza no local do espetáculo do dia anterior e assim morreria o frango sem cabeça.
      Os exames feitos após a sua morte, deixaram claro que a lâmina do machado tinha errado a veia jugular e um coágulo tinha impedido que Mike sangrasse até a morte. Embora a maior parte de sua cabeça estivesse em um frasco, o tronco cerebral e uma orelha ficaram em seu corpo. Como a maioria das ações e dos reflexos de uma galinha são controladas pelo tronco cerebral, Mike podia permanecer bastante saudável.
      Muitas tentativas de reproduzir o fenómeno foram feitas, mas as aves não conseguiam viver mais que 11 horas após a decapitação.
      Desde 1999, no terceiro fim-de-semana de maio, em Fruita, Colorado (localidade de Mike e Olsen), ocorre o festival denominado “Mike the Headless Chicken Day”, no evento ocorrem diversas atividades como uma corrida de 5 quilómetros denominada "5K Run Like a Headless Chicken Race", corrida com ovos (egg toss), "Pin the Head on the Chicken", o frango sem voz ("Chicken Cluck-Off"), e um bingo ("Chicken Bingo"), e uma espécie de roleta.

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