segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Membros Extra

      Será que podemos assimilar que temos mais do que dois braços ou mais do que duas pernas?

      A conceção clássica em neurologia diz-nos que os nossos corpos se desenvolvem com um plano de desenvolvimento simétrico e que o desenho do próprio sistema nervoso nos programa para esta simetria de maneira inata.
      Um grupo de neurocientístas do Instituto Universitário de Karolinska (Suécia), acaba de publicar um estudo em “PlosONE” no qual demonstram que os nossos esquemas neurológicos são mais versáteis do que pensávamos e podem adaptar-se à existência de novas extremidades.
      Já havia conhecimento sobre a percepção de membros fantasmas, um braço ou uma perna amputada e que o indivíduo ainda sente existir, bem como se sabia da experiência da mão artificial que se coloca ao indivíduo, ocultando-se a real, passando o mesmo, ao fim de algum tempo, a sentir a artificial como a própria. No entanto, não havia nenhuma experiência que tivesse permitido a permanência de mais do que um membro visível. Foi esta a experiência dos cientistas suecos: saber como reagiria o nosso cérebro à possibilidade de ter braços duplicados e as conclusões foram no sentido de incorporação, o cérebro acaba por aceitar a existência de dois braços direitos com naturalidade, porque os vê como sendo parte da sua imagem corporal e integra-os normalmente.

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