A nave viajou durante 6 anos e meio. Durante a viagem teve de realizar três sobrevoos de Mercúrio, um da Terra e dois de Vénus para gerir a sua velocidade à medida que ficava mais perto do Sol.
A nave encontra-se a cerca de 46 milhões de quilómetros do Sol e está a 155 milhões de quilómetros da Terra. Transporta equipamento de imagem de alta resolução e uma matriz de espectrómetros que são mantidos a temperaturas amenas, apesar da proximidade ao sol.
Está previsto ligar amanhã, dia 23 de Março, os instrumentos e testá-los antes da primeira fase científica, que trará novos conhecimentos sobre a formação deste planeta pouco conhecido.
Mercúrio é um local de extremos. A sua proximidade ao Sol traduz-se em temperaturas na sua superfície na zona equatorial que podem atingir os 600ºC. No entanto, poderá haver gelo em crateras dos pólos que estão permanentemente à sombra.
Este planeta é tão denso para o seu tamanho que mais de dois terços da sua massa devem ser compostos por ferro. Também tem um campo magnético, algo que não existe em Vénus e Marte.
O planeta está profundamente marcado não só pelas crateras de impacto e actividade vulcânica mas também devido à retração do planeta, que tem reduzido de tamanho ao longo da história do Sistema Solar.
Mercúrio fascina os cientistas porque poderá ser o nosso maior guia para conhecer os novos planetas que estão agora a ser descobertos à volta de sóis distantes.
Sean Solomon, o investigador principal do Instituto Carnegie, em Washington (EUA), espera algumas descobertas extraordinárias nos próximos meses e afirma: “Pela primeira vez na história, está em órbita uma observação científica no planeta mais interno do sistema solar. Os segredos de Mercúrio, e as implicações que mantém para a formação e evolução de planetas semelhantes à Terra estão quase a ser revelados.”
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