segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Conferência Internacional do Clima

      Está decorrer na cidade sul-africana de Durban até ao próximo dia 09DEZ, a Conferência Internacional do Clima (COP17) das Nações Unidas (ONU).
      Pela Agência Internacional de Energia foi comunicada uma nova análise global do consumo de energia, afirmando, em síntese, que se continuarmos a consumir energia da forma como estamos a fazer agora, com uma predominância dos combustíveis fósseis, o mundo poderá tornar-se um local bastante perigoso no futuro.
      Fatih Birol, economista-chefe da Agência Internacional de Energia referiu, com especial veemência, que o consumo mundial atual de energia colocou a Terra numa trajetória de aumento da temperatura, aumento este que, em 2100, teremos um aumento de temperatura de, pelo menos 6ºC relativamente à temperatura da era pré-industrial. Disse ainda que: “toda a gente, incluindo crianças da escola, sabem que isto é uma catástrofe para todos.”
      As emissões de gases contaminantes aumentaram de tal forma que, no ano passado (2010) atingiram níveis recordes, uma situação que, de acordo com a mesma Agência Internacional de Energia, começa dissipar as esperanças de se conseguir controlar o aquecimento global da Terra, sito é, podemos estar a chegar a um ponto de não retorno.
      Apesar de tanta conferência Internacional (estamos na 17ª Cúpula da ONU), certo é que em 2010 foram emitidos para a atmosfera 30,6 gigatoneladas (Gt) de dióxido de carbono, sendo o carvão responsável por 44% das emissões de CO2, o petróleo por 36% e o gás natural por 20%.
      Na anterior conferência (COP-16 realizada em Cancún no México), desenvolveu-se a esperança de conseguir um acordo internacional para a luta contra a mudança climática depois do grande fracasso da edição de Copenhaga (COP-15). Apesar de não ter apresentado solução à questão mais complexa, a renovação de um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto, a reunião mexicana conseguiu despertar a vontade dos países emergentes de se comprometerem com a redução das emissões, uma das principais exigências das economias ocidentais.
      Os grandes debates em Durban, centram-se à volta da renovação do Protocolo de Kyoto, que foi assinado em 1997 e entrou em vigor em 2005, estabelecendo compromissos legalmente vinculativos de redução de emissões de gases do efeito estufa para 37 países desenvolvidos e a União Europeia. O acordo não foi ratificado pelos Estados Unidos e não obriga a China, a Índia nem o Brasil, a cumpri-lo por serem economias emergentes. O protocolo expira no final de 2012 e os negociadores estudam um segundo período de compromisso que sirva de transição para um novo acordo internacional juridicamente vinculativo. Os países em desenvolvimento consideram imprescindível que as economias ocidentais ratifiquem esse segundo período de compromisso do protocolo, enquanto Rússia, Japão e Canadá anunciaram que não renovarão o tratado enquanto os seus concorrentes comerciais: China, Índia e Estados Unidos não assumirem compromissos similares.
      Debate-se também a capitalização do Fundo Verde para o Clima, de forma a liberar as contribuições económicas necessárias e estimular as economias em desenvolvimento a adotar compromissos, bem como a redução de emissões para limitar o aquecimento global a 2º C, dois graus estes relativamente à temperatura anterior à era industrial como o ponto de não retorno antes que as consequências da mudança climática se tornem fatais. Para conseguir este objetivo, os países devem analisar como reduzir ainda mais a emissão de gases causadores do aquecimento global.
      Os países voltarão a reunir-se no Qatar (COP-18) no final de 2012.
 

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