sábado, 2 de junho de 2012

O Skinhead Reciclado

      Byron Widner foi considerado um dos fascistas skinheads mais perigosos dos E.U.A. e mantinha o corpo tatuado com diversas formas racistas e violentas, até na face.  
      Recentemente concluiu as 25 cirurgias com laser que removeram as tatuagens de dezenas de anos de discriminação e ódio racial, que exibia com orgulho.  
      A postura de Bryon começou a mudar em 2006, quando se juntou com a atual mulher, Julie, de quem teve um filho. A partir daí, o casal formou uma família, juntamente com os filhos do anterior casamento de Julie, decidindo-se a afastar-se da extrema-direita. A reinserção na sociedade não foi fácil. Com tatuagens agressivas, onde se viam suásticas, a palavra “hate” (ódio, em inglês) e lâminas ensanguentadas (que eram as armas preferidas do ex-skinhead), Byron era olhado com desconfiança mal saia de casa, nunca conseguindo emprego. Ninguém queria empregar um homem que tinha estampada, na própria face, uma atitude de ódio e intolerância.  
      Desesperados, Byron e a mulher procuraram maneiras de remover as tatuagens, revelando-se a única hipótese o laser, no entanto, uma intervenção demasiado cara para o casal, com cinco jovens a viver em casa. A solução acabou por surgir de um sítio muito improvável. Byron recorreu a um grupo que luta contra os movimentos skinhead e neonazis nos EUA.  
      Joseph Roy, um dos principais ativistas de luta contra grupos de ódio, nem queria acreditar quando recebeu o pedido de ajuda de Bryon Widner. De entre os skinhead que conhecia, ele “era o mais agressivo, o mais provocatório, o mais destacado”. Primeiro, Roy desconfiou daquele arrependimento, mas depois de falar com o casal acreditou na sua sinceridade e deu-lhes a mão.  
      Através do grupo “Southern Poverty Law Center” (organização norte-americana que monitoriza os "grupos de ódio"), Roy conseguiu a ajuda de um doador anónimo para pagar as cirurgias. Em contrapartida, Byron vai liderar palestras para contar a história da sua mudança de comportamento e atitude, que envolveu também a ajuda do ativista negro Daryle Lamont.  
      As 25 cirurgias com laser duraram 16 meses e custaram aproximadamente 27 mil euros. O ex-skinhead já encontrou trabalho e já não sente vergonha de andar na rua com o filho nos braços. O mais difícil será esquecer o passado. O ex-skinhead disse que sonha todas as noites com as pessoas que agrediu.  
      Esta mudança do antigo pilar do movimento de extrema-direita nos EUA deu origem ao documentário "Erasing Hate".  
      "A sociedade pode ser dura mas as pessoas podem ser perdoadas pelos seus pecados e, aqueles que pensávamos serem os nossos inimigos podem, afinal, tornar-se os teus melhores amigos", concluiu a mulher de Bryon.  
      Para saberes mais sobre o assunto e sobre o documentário visita o sítio: http://www.erasinghatethemovie.com/index.html

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