segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Menos Calorias para Viver Mais

      Um estudo realizado por investigadores da Universidade do Alabama (EUA) demonstra que regimes hipocalóricos – que consistem em reduzir as calorias de acordo com o gasto metabólico diário, distribuindo, proporcionalmente, os macro e micronutrientes e são especialmente pobres em açúcar – permitem prolongar a vida das células humanas.

      Há já vários anos que os médicos sabem que uma das formas dos animais viverem mais, e provavelmente os seres humanos, depende da redução de aporte calórico durante as refeições.
      Experiências dietéticas realizadas em diferentes espécies convergiram para resultados que demonstram que estas têm vida mais prolongada se o regime alimentar for hipocalórico e aligeirado em glucose.
      O elo de ligação entre nutrição e longevidade estabelece-se via sistema hormonal. Até agora não havia uma explicação para o fenómeno, mas entretanto investigadores da Universidade do Alabama, num estudo publicado no jornal FASED (Federation of American Societies for Experimental Biology), avançam que se deve a efeitos epigenéticos (ou, seja, que não se devem a mutações genéticas, mas a diferenças na expressão dos genes), que têm acção nos telómeros – estruturas constituídas por fileiras repetitivas de proteínas e DNA não codificante, que formam as extremidades dos cromossomas.
      Estes pedaços de código genético estão implicados na estabilidade celular e os geneticistas defendem que desempenham um papel importante no processo de envelhecimento. Para chegar até aqui, os cientistas norte-americanos usaram células de pulmões humanos (saudáveis e pré-cancerígenas) e dividiram-nas em dois grupos – uma cultura de células recebeu uma solução nutritiva corrente e a outra, pobre em glucose.
      Os resultados mostraram que as células sãs viveram mais tempo e as pré-cancerosas morreram, enquanto alimentadas com a solução hipocalórica. A actividade dos genes também é medida nos mesmos termos, ou seja, o gene que comanda a produção de telomerase, uma enzima que estende a vida dos telómeros, mostrou ter uma maior actividade, enquanto que o gene que reduz o crescimento fica adormecido.
      A investigação representa um importante avanço científico para desenvolver novas abordagens que permitam prolongar a vida de células humanas normais e pode conduzir à criação de soluções para prevenir o cancro e outras doenças ligadas à idade, controlando o aporte calórico de tipos celulares específicos.

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