terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Temnothorax Unifasciatus

      Uma equipa de investigadores da Universidade de Regensburg (Alemanha) descobriu que as formigas abandonam a sua comunidade quando se encontram doentes, morrendo isoladas do grupo.
      Esta atitude, segundo o estudo publicado na revista «Current Biology», tem como objectivo não afectar as suas congéneres e assim preservar a comunidade.
      Nas sociedades animais é vulgar a propagação de infecções, devido a esse factor existem também mecanismos para reduzir a probabilidade da transmissão de doenças.
      Na Natureza, explicam os investigadores, os animais raramente morrem de velhice e abandonar o grupo é uma forma de minimizar os riscos de infecção.
      Na cultura popular existem relatos de indivíduos moribundos de várias espécies que abandonam os seus grupos para morrerem sozinhos, mesmo em algumas comunidades humanas. No entanto, dizem os cientistas, essas ideias derivam mais de mitos do que de análises científicas. Neste estudo, é observado pela primeira vez esse comportamento.
      Para confirmar que o isolamento para a morte tem em vista os benefícios para a comunidade, os cientistas tiveram de refutar outra explicação, que defende que este comportamento se deve à influência que o agente patogénico tem no hospedeiro.
      Os biólogos Jürgen Heinze e Bartosz Walter observaram em laboratório formigas da espécie Temnothorax unifasciatus. Os formigueiros foram colocados em caixas de plástico para facilitar a observação. Tanto as formigas infectadas com fungos, como as expostas à infecção e outras formigas moribundas, isolavam-se das suas companheiras horas antes de morrerem.
      Os investigadores acreditam que outros animais com o mesmo tipo de estrutura social, como as abelhas, podem ter o mesmo tipo de atitude. Pensam também que comportamentos similares podem ser encontrados em alguns mamíferos, como os elefantes ou os leões. No entanto, não há ainda estudos suficientes que confirmem esta teoria.


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