segunda-feira, 19 de abril de 2010

Conferência Mundial na Bolívia

      Começou hoje em Cochabamba, na Bolívia, uma conferência mundial sobre mudança climática.

      Cerca de 11.500 pessoas de várias partes do mundo participam desde hoje até quinta, dia 22 de Abril, na conferência designada de: “Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra”.
      Logo a abrir a conferência, indígenas de diversas regiões realizam uma Assembleia frente à Mudança Climática e pelo Bom Viver.
      Entre as sugestões da Conferência estão a criação de um Tribunal de Justiça Climático para julgar os países que não cumpram o Protocolo de Kyoto e a realização de um referendo mundial sobre as estratégias de defesa da Mãe Terra. Além disso, 17 grupos de trabalho realizarão propostas sobre temas como: harmonia com a natureza, direitos da Mãe Terra, povos indígenas, dívida climática, perigos do mercado de carbono, e agricultura e soberania alimentar.
      A Conferência acontece num momento muito especial. Se os governos poderosos se negaram a dar a sua contribuição durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas, ocorrida em Copenhague, a resposta vem agora da base, de povos de todos os continentes que participarão ativamente com centenas de atividades durante estes quatro dias de encontro.
      A conferência foi convocada pelo presidente boliviano Evo Morales e o evento leva em consideração a conjugação de forças para reverter o quadro de mudança climática no planeta, que afetará, sobretudo, as populações mais pobres, destruindo os seus lares e as suas fontes de sobrevivência. Essas pessoas, alerta a convocatória, serão obrigadas a migrar dos seus locais de origem, enquanto os responsáveis pelos mais altos níveis de emissões de gases estão nos países ricos e industrializados.
      O aquecimento global é a consequência das ações humanas que romperam a relação de harmonia com a Mãe Terra. O mal-estar da Mãe Terra é consequência das práticas ocidentais que romperam com o Bom Viver dos povos indígenas que, por séculos, mantêm uma relação de reciprocidade com a natureza, porque ela dá vida. O futuro do planeta depende da sabedoria ancestral dos povos indígenas que se sintetiza na proposta do Bom Viver".
      Indígenas de diversas regiões trocarão experiências e indicarão estratégias ante a crise climática. Tais propostas, de acordo com comunicado da convocatória assinado pela Coordenadora Andina de Organizações Indígenas (CAOI), serão colocadas numa Declaração dos Povos e Nacionalidades Indígenas do Abya Yala, a qual será apresentada na Conferência dos Povos, em Cochabamba, e na COP16, que será realizada em Novembro próximo, no México.
      Mais informações em: http://cmpcc.org/

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