terça-feira, 20 de abril de 2010

Esquizofrenia e Criativdade

      Diz o provérbio popular que “De génio e de louco todos temos um pouco” e a verdade é que tem-se tornado rotina diagnosticar doenças mentais aos génios criativos que fizeram História.

      Esquizofrenia e outras psicoses são as doenças mais citadas.
      Newton e Einstein são dois dos exemplos mais famosos. O nosso Fernando Pessoa também consta da lista e Vincent van Gogh e Virginia Woolf foram associados à desordem bipolar.
      A loucura faz parte de muitas obras de arte e pode mesmo ajudar a desenvolver a criatividade.
      Os psiquiatras olham para a saúde mental como um espectro: uma doença grave numa ponta e a normalidade na outra. Talvez aqueles que estão no meio possam ter tendências criativas mais desenvolvidas.
      A dominância do hemisfério direito ou esquerdo do cérebro pode ser uma pista. Há aliás uma parte da Psicologia que suspeita que existem “pessoas do lado direito” e “pessoas do lado esquerdo”. É certo que é aceite que o lado esquerdo está relacionado com a linguagem e análise lógica, enquanto o direito é que está mais ligado ao pensamento criativo. Vários métodos para o estudo desta teoria mostraram que as pessoas com esquizofrenia têm maior actividade do lado direito do cérebro.
      Há ainda a evidência genética relacionada com a proteína chamada neuregulin1, envolvida no desenvolvimento do cérebro no útero. Jeremy Hall, da Universidade de Edimburgo, Reino Unido, descobriu que uma mutação no gene que codifica a proteína está relacionada com um maior risco de esquizofrenia.
      Foram apontadas várias doenças mentais ao poeta português Fernando Pessoa.
      No ano passado, Szabolcs Kéri, da Universidade de Semmelweis, na Hungria, chegou à conclusão de que as pessoas com duas cópias da mutação obtinham pontuações maiores num um teste de criatividade do que as pessoas com apenas uma cópia.
      O estudo, publicado na Psychological Science, averiguou ainda que os portadores de apenas uma mutação tinham pontuações mais elevadas do que as pessoas sem a mutação.
      Kéri afirma que a mutação pode cortar a actividade no córtex pré-frontal do cérebro, atenuando o humor e as emoções. Isto pode desenvolver a criatividade nuns e ilusões psicóticas noutros − com a inteligência a poder influenciar o resultado.
      Contudo, Hall afirma que ainda há muito trabalho a desenvolver. "A evidência de uma ligação entre a criatividade e desordens mentais tem sido especulada há muito tempo, mas raramente foi provada."

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