terça-feira, 27 de abril de 2010

A Língua e a Nacionalidade

      «Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua da sua terra, todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro.

      Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade e quem for possuindo com crescente perfeição os idiomas da Europa, vai gradualmente sofrendo uma desnacionalização. Não há já para ele o especial e exclusivo encanto da fala materna, com as suas influências afectivas, que o envolvem, o isolam das outras raças; e o cosmopolitismo do Verbo irremediavelmente lhe dá o cosmopolitismo do carácter. Com cada idioma alheio que assimila, introduzem-se-lhe no organismo moral modos alheios de pensar, modos alheios de sentir.»
      Extracto/Citação de Eça de Queirós, Escritor português (1845-1900),
      in 'A Correspondência de Fradique Mendes'

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