quinta-feira, 14 de outubro de 2010

As Grandes Tragédias

      Estudo publicado nos E.U.A. revela o paradoxo da resposta emocional humana às tragédias, sendo as tragédias de maior magnitude aquelas que menor reação emocional provocam e, pelo contrário, as pequenas tragédias provocam uma maior reação emocional.

      Quando as vítimas são muitas, são também anónimas, mas quando as vítimas são poucas ou únicas e identificáveis, individualmente conhecidas, maior é a reação emocional.
      Os autores do estudo, Loran Nordgren e Mary-Hunter Morris, da Faculdade Kellogg de Administração e da Faculdade de Direito de Harvard, nos EUA, dizem que «É difícil as pessoas ligarem-se a uma história quando há muitas ‘vítimas sem rosto’».
      Num dos testes realizados, um grupo leu um artigo sobre uma empresa de alimentos que vendeu comida estragada e que intoxicou consumidores. Um subgrupo recebeu uma descrição geral das vítimas, enquanto a outro foi facultada a foto de apenas uma das vítimas, com o seu nome e profissão. O segundo grupo qualificou o erro cometido pela empresa como mais severo e recomendou uma punição mais dura aos proprietários e administradores da firma responsável, do que o primeiro grupo.
      «Em todos os testes, descobrimos que aumentar o número de pessoas vitimizadas reduz a percepção de gravidade e leva as pessoas a recomendar punições mais brandas para crimes que afetaram mais pessoas», refere Nordgren, acrescentando que «para combater esse paradoxo, individualizar vítimas ajuda. Quando há informação específica sobre uma ou duas vítimas destacadas de um grupo maior, há mais empatia e compaixão».
      Este estudo, intitulado “The Scope-Severity Paradox: Why doing more harm is judged to be less harmful” foi publicado na revista “Social Psychological and Personality Science”.

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