quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Criação de Órgãos Bioartificiais

      Foi ontem inaugurado em Madrid (Espanha) o primeiro laboratório do mundo dedicado à exclusiva criação de órgãos bioartificiais, com células mãe adultas.

      Pretende-se desde já criar um coração humano, no prazo de cinco a dez anos, pô-lo a trabalhar e implantá-lo num ser humano.
      O laboratório faz parte do projeto SABIO (Scaffolds and Bioartificial Organs for Transplantation, na sigla em inglês), inserido no hospital Gregorio Marañón, no qual haverá um banco de órgãos destinados a criar novos órgãos, como corações, fígados, rins e pele, que serão implantados com células mãe do próprio doente recetor.
      Os órgãos bioartificiais assim criados, à medida, ou seja, com células do paciente recetor, permitem aos médicos esperarem que os doentes não rejeitem o órgão colocado no seu corpo e que não o reconheçam como estranho.
      Este sistema permitirá resolver a escassez de órgãos dados para transplantes, ultrapassando a rejeição natural.
      O procedimento de criação de órgãos novos consiste na eliminação de todo o seu conteúdo celular, o que permite obter uma matriz tridimensional. Posteriormente, espalham-se as células mãe adultas na matriz, que induz e guia a proliferação, a distribuição e a especialização destas, fazendo com que o órgão volte a funcionar.
      Este processo já funcionou em animais pequenos, explicou a directora do Centro de Reparação Cardíaca da Universidade do Minnesota, Doris Taylor, que conseguiu eliminar todas as células do coração de um rato morto e repovoá-lo de células mãe adultas, obtendo um novo órgão com todas as suas estruturas e capaz de gerar uma palpitação cardíaca eficaz.
      Os cardiologistas que trabalham neste processo conseguiram eliminar as células e o tecido de oito corações, utilizando substâncias “purificadoras” que se administram através das artérias coronárias e convertem o órgão original numa matriz sem células.

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