sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Ser Vivo Mais Antigo

      Uma equipa científica luso-espanhola acaba de revelar a descoberta, no Mar Mediterrânico, do ser vivo mais velho da Terra. Trata-se de uma planta marinha que terá pelo menos 100 mil anos.
      A descoberta foi publicada na semana passada na revista científica “Public Library of Science One” e refere-se a um trabalho científico que decorreu entre 2005 e 2009, tendo por objecto a planta Posidónia oceânica.
      «Nunca se tinha encontrado na Terra um ser com uma idade tão avançada», garantiu a investigadora Ester Serrão, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve.
      Ester Serrão comparou os métodos laboratoriais para determinar a «pegada genética» dos espécimes aos usados para fazer testes de paternidade em humanos ou nas investigações que se podem seguir a um crime, baseados nos marcadores genéticos existentes nas amostras recolhidas. Assentes naqueles métodos, a equipa luso-espanhola descobriu vários indivíduos da espécie, com cerca de 7 quilómetros e um mesmo indivíduo com um comprimento total de 15 quilómetros. Os cientistas não tiveram em consideração o maior espécime, de 15 quilómetros, como sendo contínuo, o que faria com que, aplicando-se a taxa de crescimento conhecida, a sua idade rondasse os 200 mil anos, tendo optado por datá-lo em 100 mil anos, datação que Ester Serrão garante ser cientificamente fiável, como «idade mínima», podendo pois ser superior.
      A cientista lamenta que, apesar da sua resistência e longevidade, a Posidónia oceânica esteja a desaparecer a uma taxa que se estima em 10% nos últimos 100 anos, sobretudo devido à turvação da água provocada pela poluição marítima, lembrando que a erva marinha se alimenta da luz do sol, pois faz a fotossíntese.
      A planta é indispensável para o desenvolvimento da biodiversidade no sul da Europa, sendo essencial para o crescimento e desenvolvimento de várias espécies de peixe, como elo da cadeia alimentar oceânica.

Sem comentários:

Enviar um comentário