Estes dados constam de um estudo europeu, que alerta também para a falta de competências das crianças para a utilização da Internet e dos próprios educadores para as acompanhar e ensinar.
Segundo o estudo, baseado num inquérito realizado em 25 países europeus, Portugal lidera nas crianças com portáteis, 65 por cento, contra 24 por cento da média europeia. Ana Nunes de Almeida, investigadora do Instituto de Ciências Sociais, assinalou que “Portugal entrou tarde na modernidade, mas a penetração da Internet nos lares portugueses foi vertiginosa”.
Ana sublinha o paradoxo: os pais querem tirar as crianças da rua para as protegerem dos perigos e dos predadores e «fecham-nas em “playgrounds” digitais onde as crianças fazem a viagem que lhes apetece pelo mundo virtual infindável».
Graça Simões, da UMIC, agência para a sociedade do conhecimento, considera que importa “controlar”, não no sentido de proibir, mas de “orientar o uso”, tal como se faz para ensinar a atravessar as estradas.
“O mais importante é fazer um esforço visando a população em geral, familiares e professores. É necessário um olhar particular para os familiares adultos que estão arredados do acesso e uso da Internet. Temos que olhar para esta população como educadores e não fechar a área de intervenção olhando só para as crianças”, afirmou.
“É preciso transformar o acesso em conhecimento. O conhecimento não brota naturalmente das teclas. A utilização das crianças é fundamentalmente Facebook, jogos e busca e cópia de informação para os trabalhos de casa”, declarou a investigadora, destacando a necessidade de “puxar as crianças para a informatização”.
Como exemplos refere uma utilização da Internet mais criativa, construtiva e de escrita, como por exemplo a criação de um blogue.

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