quinta-feira, 28 de junho de 2012

Alexander Berkman

      Faz hoje precisamente 76 anos que Alexander Berkman deu um tiro na cabeça, suicidando-se, aos 66 anos de idade, de forma a terminar com o padecimento da doença que o consumia e entrevava.  
      Alexander Berkman (21-11-1870 – 28-06-1936) foi um escritor e ativista anarquista nascido na Rússia e, emigrado nos E.U.A., foi figura de destaque do movimento anarquista daquele Estado no início do século XX.  
      Viveu na cidade de Nova Iorque, onde se envolveu com o movimento anarquista. Foi amante e companheiro de longa data da conhecida anarquista Emma Goldman.  
      Em 1892, Berkman tentou assassinar Henry Clay Frick, num ato de mera propaganda pela ação, uma vez que este Frick era um conhecido industrial então denominado como o "homem mais odiado da América". A extinta revista Portfolio chegou mesmo a nomear Frick como “um dos piores CEO estadunidenses de todos os tempos".  
      Frick sobreviveu ao atentado contra a sua vida e Berkman passou 14 anos na prisão. Esta longa estadia na prisão foi a base do seu primeiro livro: “Memórias de um Anarquista Aprisionado”.  
      Após a prisão, Berkman assumiu a função de editor do periódico libertário “Mother Earth” que fora fundado por Emma Goldman e viria a estabelecer o seu próprio jornal: “The Blast”.  
      Em 1917, Berkman e Goldman foram condenados a dois anos de cadeia por conspiração contra a então recente lei de obrigatoriedade de alistamento nas forças armadas dos Estados Unidos. Depois das suas libertações, foram de novo condenados, junto com centenas de outros progressistas, e deportados para a Rússia.  
      Na Rússia, inicialmente apoiou a revolução bolchevique naquele país, mas rapidamente fez conhecer a sua oposição ao uso soviético da violência e a repressão das vozes dos autonomistas. Em 1925 publicou um livro sobre as suas experiências na Rússia: “O Mito Bolchevique”.  
      Foi viver para a França, onde morreu, aí dando continuidade ao seu trabalho de apoio ao movimento anarquista, produzindo a clássica exposição dos princípios anarquistas: “Agora e Depois: O ABC do Anarquismo Comunista”.  
      Dizia, por exemplo:  
      «Anarquismo significa que deverias ser livre; que ninguém deveria escravizar-te, chefiar-te, roubar-te, ou se impor sobre ti. Significa que deverias ser livre para fazer as coisas que desejas fazer e que não deverias ser forçado a fazer o que não desejas.  
      Assim, não mais haveria guerra, nem violência empregada por alguns homens contra outros, não haveria monopólio nem pobreza, não haveria opressão e ninguém tentaria tirar vantagem de seus semelhantes.  
      Para resumir, Anarquismo significa uma condição ou sociedade onde todos os homens e mulheres são livres, e onde todos aproveitam igualmente os benefícios de uma vida sensível e ordenada.»  
      Citação retirada de "A anarquia é possível?", em ABC do Anarquismo (1927). 

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