segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Hiroshima

      Num dia assim, como o de hoje (6 de agosto), mas do ano de 1945 (há 67 anos), pelas 8 horas e 15 minutos da manhã,, todos os relógios pararam na mesma hora em Hiroshima. Os E.U.A. acabavam de lançar a primeira bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima.  
      No Memorial da Paz daquela cidade, dezenas de milhares de pessoas cumpriram hoje, como habitualmente o fazem, um minuto de silêncio, apenas quebrado pelo som do pêndulo de um sino de bronze aí instalado. Depois, seguiu-se a tradicional oferta de água e flores em memória das centenas de milhares de mortos.  
      Após a Bomba, Hiroshima continuou a ser habitada, foi reconstruída e floresceu. Ao contrário da região em torno de Chernobil, na ex-república soviética da Ucrânia, onde se registou em 1986 o pior acidente da história da energia nuclear. Dois fenómenos distintos, e com consequências diversas.  
      A bomba de urânio despejada pelo bombardeiro B-29 Enola Gay matou no imediato entre 60 a 80 mil pessoas. Muitos dos feridos acabaram por não resistir nos meses e anos seguintes, sobretudo devido aos efeitos das radiações. O balanço oficial mais recente das autoridades de Hiroshima aponta para 242’437 mortos, numa cidade então com 350 mil habitantes. Após o 6 de agosto de 1945, o mundo mudou de vez.  
      O inferno de Hiroshima e de Nagasaki, o segundo ataque nuclear registado três dias depois com uma bomba de plutónio e que levou à rendição formal do Império japonês em 15 de agosto de 1945, continuam a suscitar acesa polémica.  
      Para os defensores do ataque, foi a única forma de evitar o prolongamento de uma guerra que estava a provocar pesadas baixas nas forças norte-americanas.  
      O Japão já tinha começado a sugerir iniciativas de paz, sobretudo após a conquista da ilha japonesa de Okinawa pelos “marines”. Mas o recém-empossado Presidente Harry Truman, insistiu no ataque e depois definiu Hiroshima como “a melhor coisa da história”.  
      Para outros, tratou-se da concretização de uma experiência num gigante laboratório humano, e um aviso às ambições expansionistas da União Soviética na Ásia.  
      Durante a Guerra-fria a corrida aos armamentos nucleares intensificou-se e as forças norte-americanas, entre outras, continuam a utilizar munições de urânio empobrecido nas suas operações militares.  
      Hiroshima alberga hoje o Museu Memorial da Paz, construído na zona de impacto. Simbolicamente, uma esperança para o fim da existência de todas as armas nucleares.
 
 
 
 
 
 
 
 

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